quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um ano de Parapente sem competição

E se no próximo ano não houvesse competição no parapente?
Será que haveria tempo para pensar no que há para além da competição neste desporto? Criar estruturas duradouras e sustentáveis para a prática quotidiana deste desporto?
Dá que pensar... Provavelmente precisamos também duma troika nesta área!!!

12 comentários:

  1. Penso que a Troika já chegou.
    As provas somente com asas certificadas podem criar essas bases de confiança, para uma evolução sustentada da modalidade.
    Oxalá as entidades responsáveis não cedam a pressões de quem quer resolver o problema de umas centenas de asas vendidas

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  2. Gil, o que são "estruturas duradouras e sustentáveis" no nosso exíguo desporto?

    Uma serra sem eólicas?
    Um Vertical em cada serra?
    Um bom website?
    Um IDP que chame as federações à responsabilidade?
    Centros de instrução e interpretação já aprovados que passem realmente do papel e sejam implementados?

    A melhor estrutura, a mais visível e que faz a modalidade crescer é a que existe há muitos anos com o apoio das autarquias e que se chama... COMPETIÇÃO!

    Queres suspendê-la?

    Vou já descontinuar a minha licença! ;-)

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  3. Eu, ficava com mais dinheiro no bolso e certamente com mais km's e horas de voo....
    Mas ó Gil, que diferença te faz a ti se tu não competes?
    Muito tempo sem voar, põe a cabeça a pensar........vai voar páhhhhhh

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  4. Ahh, estava a esquecer- me do essencial, ficava com mais experiência no XC e menos na competição

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  5. Aguiar,

    Acertáste em cheio na minha definição de "estruturas duradouras e sustentáveis".
    Um exemplo duma aposta ganha nesta área foi o que foi feito em Linhares. A estrutura foi criada, está lá, agora falta bom senso para que ela seja sustentável.
    Outros Linhares poderiam ser criados, sem ser necessário recorrer à competição. A competição é necessária mas não é suficiente, ao contrário das estruturas (infra) que por si criariam a competição. Sem pilotos não há competição. Mas este seria apenas um item da troika que teria de pensar o desporto na totalidade.
    Ciby, é verdade que a competição não me diz nada, mas pelo contrário o XC diz-me tudo, e gostaria de ver mais pilotos a pensar nos 300 kilos. Onde faze-los? que dias? que máquinas? etc?

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  6. O Gil tem voado, Ciby. Tem voado "voinhos", lá pela Redinha e Fonte Coberta (vê na Liga), porque não deve ter tempo para ir para aí fazer XC!

    É que ir para aí com regularidade implicaria outra "estrutura duradoura e sustentável". Mas o tempo e a crise não estão para flores e deve haver muitos pilotos que se encolhem na hora de fazer tantos km por estrada.

    Há outra Linhares criada no papel, protocolos e candidaturas aprovados e que não vão para a frente por incapacidade. Se o Vertical estivesse noutra serra ou se uma certa associação regional estivesse em Manteigas, já tinha desencalhado.

    Empurrámos o mais que pudemos de início, infelizmente não podemos fazer mais nada.

    Não temos realmente tido sorte...

    A nossa melhor "estrutura" é essa dupla Vítor/Miguel, a quem procuramos corresponder. O S. Pedro este ano é que não está nada "correspondente".

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  7. O voo é aquilo que cada um de nós quiser, pequeno, médio ou grande não importa. Voa-se conforme o feeling, o local, a disponibilidade, as possibilidades e as condições. 300 km ou 300 metros podem ter boas emoções.
    A águia e o falcão também fazem muitos voos pequenos. Eles que até podem voar todo o dia sem qualquer limitação. Contudo não olham para o parceiro alado a contar km e a exibir tracks e distâncias.
    Voam porque gostam e é a sua condição natural.
    Eu também!

    Roque Santos

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  8. Este tópico de discussão entra facilmente numa espiral de argumentos onde todos têm razão, porque tudo depende do ponto de vista.

    A pergunta que eu faço é: O que queremos para o Parapente?
    Eu não me importo que não haja competição, estou como o Roque (como já perceberam 45min em 300m fazem milagres para a minha sanidade mental), estou como o Gil (gostava de ter tempo para estudar e treinar para os 300km).

    Mas a competição é realmente o lado visível deste desporto. Mesmo que se comece a promover o voo de XC puro, como tem feito o Vertical com a liga Azinha/Sameiro-Vale de Amoreira, que também é uma competição.

    Por isso coloco outra pergunta: Haverá espaço para outro formato de competição, como a Liga XC demonstra?
    Suspeito que essa competição possa ser mais segura.

    Uma coisa vos digo, o Vertical tem uma sorte danada em ter a estrutura que o Aguiar refere: a dupla Miguel/Vitor... porque sem esse apoio local... enfim, percebem a ideia.

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  9. Conhecem alguma forma mais segura de voar (cross ou voo térmico, como queiram) que não seja em competição? Eu não (à axcepção de ter alguem de carro a acompanhar-nos)
    O importante é mudar a forma das competições, isso sim.
    O actual modelo corre o risco de "esgotar-se".
    O importante é mesmo discutir como devem ser as competições.
    Que cada um voa como quer isso já sabemos...

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  10. Uma pequena ressalva para quem parece ter percebido mal: não há a menor carga pejorativa na expressão "voinhos" acima. Eu tenho muitos voinhos e, como a maior parte da malta, publico-os todos. Quem não publica ou publica só os grandes, lá saberá porquê. Mas todos deviam publicar por certas razões...

    Parece que estamos todos na mesma onda, mesmo o Bruno. A pergunta que ele faz é se haverá outro formato de competição. Já existe. Quando se faz uma corrida ao golo ou uma corrida cronometrada (elapsed time) ou uma mera prova de distância (tem-se feito?), só alguns pilotos, os pilotos de topo normalmente, é que fazem daquilo uma "corrida". Os outros, a maioria, penso, vão para lá curtir (porque ainda é possível em Portugal, noutros países penso que há muitos pilotos que levam a "corrida" a sério). Hoje com todas as asas de série e sport a coisa ainda fica mais equilibrada (aliás tem-se visto que as asas "open" é estavam a fazer os pilotos de topo, como se percebe pelos resultados depois que a classificação open foi abolida).

    Quando vemos as competições que o Eduardo e o Vítor têm feito é isso mesmo que se vê, e predominantemente têm sido corrida sobre um eixo, mesmo que com pequenas variações: o Vítor faz um pequeno desvio no eixo Moncorvo- Sabugal porque dá jeito às recolhas que se sobrevoe Barca d'Alva e Almeida. Em Castelo de Vide, tem sido quase sempre definido um eixo, mesmo que haja um ângulo no meio para desviar os pilotos para cima das estradas. Até se podia nomear "distância sobre uma estrada"!

    Se o Steve de Piedrahita tivesse optado no Mundial por esta estratégia de desenho das mangas, ter-se-ia evitado TANTA desclassificação por violação do espaço aéreo.

    Mas o problema da longa distância em competição tem a ver com as longas recolhas, os pilotos a chegar tarde e cansados no dia seguinte.

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  11. Julgo que a política mais adequada para o desenvolvimento sustentado da modalidade seria apostar, primeiro, na formação (continuada), a começar pelos instrutores, monitores e praticantes.
    Depois, na mesma linha de prioridades, o apoio aos clubes e instituições que promovem a prática, com interacção nas áreas da formação, das infraestruturas e meios logísticos necessários ao voo. Que é como quem diz, a preservação e criação de locais de voo com interacção junto dos clubes e autarquias, os equipamentos de voo e outros acessórios, tais como o uso do traccionado etc.
    Depois, e só depois, na continuidade do trabalho desenvolvido, e consolidado, apostar forte na competição regional e nacional. Vide o exemplo francês.
    A competição é importante e dá visibilidade à modalidade é certo, mas não deve nunca ser o objectivo principal e unico da modalidade.
    O parapente deve ser visto também noutras vertentes, como a do lazer, do turismo, também associados ao desenvolvimento da modalidade e regional, e não apenas na sua componente desportiva e na perspectiva dos apoios finaceiro do IDN, sob pena de se transformar numa prática pouco atractiva para os média e para as instituições, em benefício de um cariz mais autista, quiçá snob e exibicionista.

    Roque Santos

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  12. Como fazer do XC uma competição. Nada que nós não tivessemos pensado anteriormente com a liga XC do vertical. Ao que parece os americanos descobriram o ovo de Colombo.

    http://opendistancenationals.com/what/

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